Um grande corredor de fumaça, resultante do grande número de queimadas na Amazônia do Brasil e dos países vizinhos, podia ser visto nesta quinta-feira se estendendo pelo interior da América do Sul. O corredor percorria milhares de quilômetros e percorria uma área que vai da região amazônica até o Rio Grande do Sul, passando pela Bolívia, Paraguai e o Nordeste da Argentina.
O corredor de fumaça foi trazido para o Sul por uma grande corrente de jato em baixos níveis, um corredor de vento a cerca de 1.500 metros de altitude, que se originava no Sul da Amazônia e descia até o território gaúcho. Foi este corredor de vento quente e seco, carregado de fumaça, que fez com que o dia fosse quente no Rio Grande do Sul com 28,8ºC na Grande Porto Alegre e até 33ºC no Noroeste gaúcho.
Normalmente, nesta época do ano, estes corredores de fumaça alcançam o Sul do Brasil. Isso se dá quando as correntes de vento passam a ser de Norte, especialmente horas da chegada de uma frente fria, como era o caso de hoje.
Às vezes, a fumaça da Amazônia desce até mais ao Sul e alcança a região de Buenos Aires e mais raramente o Norte da Patagônia. Diferentemente da região amazônica, onde a fumaça atua mais perto da superfície e traz piora da qualidade do ar com problemas respiratórios para a população local, no Sul do Brasil está em suspensão na atmosfera e seus efeitos se percebem pelo tom mais acinzentado do céu com um aspecto fosco e ainda por cores realçadas do sol ao amanhecer e no fim da tarde.
O efeito da fumaça é perceptível em São Miguel do Iguaçu e em outras cidades da região. Em algumas localidades, a presença de muitas nuvens altas se confundiu com a fumaça para dar um aspecto mais acinzentado ao céu.
Fonte: Metsul
Foto: Cláudio Albano/Guia São Miguel