Os policiais civis do Paraná estão realizando uma paralisação nesta quarta-feira (28), em todo o Estado. A mobilização é encabeçada pelo Sinclapol (Sindicato das classes policiais civis do Estado do Paraná). A decisão aconteceu em Assembleia Geral realizada no início da tarde desta terça-feira (27) e vai durar 48 horas.
Em entrevista à Banda B, a presidente do SINCLAPOL, Valquiria Gil Tisque, disse que a paralisação é um protesto contra o projeto de lei encaminhado pelo Governo do Paraná à Assembleia Legislativa (Alep) tratando da reestruturação de diversas carreiras no âmbito da administração pública, incluindo a PC.
“O projeto foi levado à Alep sem consultarem os sindicatos de categoria, sem nenhum tipo de negociação conosco. Esse projeto muda as nossas vidas e das nossas famílias. Apresentamos propostas de emendas tanto aos deputados, como para o Departamento da Polícia Civil, mas não houve sucesso até agora. A proposta trará impactos na questão dos salários e prevê, por exemplo, 160h de trabalho em regime de sobreaviso, além da nossa carga de trabalho, sem ser remunerado. Isso são condições análogas à escravidão”, criticou a presidente do SINCLAPOL.
Sobre a paralisação, Gil Tisque explicou à Banda B que começou às 9h desta quarta-feira. Além disso, foi marcada uma caminhada que partirá da sede do sindicato, no bairro Vila Izabel, em Curitiba, até a Casa Rosada, onde fica o Departamento da Polícia Civil.
Sobre quais serviços serão paralisados exatamente, a presidente especificou à Banda B.
“Não vamos abandonar nossos postos. Medidas urgentes, flagranciais, como homicídios, estupros, serão mantidas. Agora, o registro de boletim de ocorrência de pessoas que chegarem na delegacia por perda de documento, por exemplo, nesse sentido não será feito. O atendimento de pessoas que chegam na delegacia para procedimentos investigatórios, depoimentos, não serão atendidas”, explicou.
Caso as reivindicações da categoria não sejam atendidas, a SINCLAPOL promete tomar medidas mais drásticas.
O Governo do Estado já apresentou ao Sindicato dos Investigadores a nova tabela salarial. No topo da carreira o salário saíra de R$ 11 mil para R$ 22 mil em 2026, um aumento de 100%. Do meio da carreira até o final dela os aumentos vão variar entre 32% e 81%. Além desses percentuais, ao longo do processo de reestruturação, que começou em 2022, a categoria já recebeu 9% de aumento, em média.
Além disso, no sistema antigo menos de 5% conseguiam chegar no topo da carreira. Na proposta atual, todos os policiais vão conseguir alcançar as promoções para chegar ao topo da carreira.
A gestão estadual também explicou os motivos da fusão dos cargos de investigador e escrivão para agente de polícia judiciária, que ocorrerá apenas de maneira administrativa e sem sobrecarga de trabalho, considerando que permanece a mesma jornada de trabalho de 40 horas semanais.
Fonte: Banda B/Foto: Colaboração/Banda B