Fumaça Branca ou Preta? Como é Feita a Produção dos Sinais no Conclave Papal
07/05/2025 Mundo
Tradicional ritual do Vaticano usa compostos químicos específicos para anunciar ao mundo se um novo Papa foi eleito ou não

Um dos símbolos mais marcantes da eleição de um novo Papa é a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina, no Vaticano. Durante o Conclave — reunião secreta dos cardeais para escolher o novo líder da Igreja Católica —, o mundo volta os olhos para essa pequena chaminé em busca de um sinal: fumaça branca significa que o Papa foi escolhido; fumaça preta, que ainda não houve consenso.

Mas como essa fumaça é produzida? A resposta envolve tradição, ciência e precisão.

A origem da tradição

A tradição da fumaça começou no Conclave de 1878, com o Papa Leão XIII. Desde então, ela se tornou uma forma prática e simbólica de comunicação com os fiéis e o mundo exterior, já que o Conclave ocorre em absoluto segredo.

No passado, a fumaça era produzida queimando os votos dos cardeais com palha úmida (para fumaça branca) ou palha seca (para preta), mas o método se mostrou ineficaz — muitas vezes gerando confusão quanto à cor.

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A tecnologia moderna por trás do ritual

Desde 2005, o Vaticano passou a utilizar compostos químicos para garantir que as cores da fumaça sejam claras e distintas. As queimas ocorrem em dois fornos localizados ao lado do altar da Capela Sistina.

Um forno serve para queimar as cédulas de votação; o outro, elétrico, é usado exclusivamente para gerar a fumaça com os produtos químicos.

Produção da fumaça preta

A fumaça preta, que indica que não houve eleição do novo Papa, é produzida com uma combinação de produtos que geram uma fumaça escura e espessa. Os compostos usados incluem:

  • Perclorato de potássio

  • Antraceno (um hidrocarboneto aromático)

  • Enxofre

Essa mistura queima rapidamente e produz uma densa nuvem negra que é facilmente reconhecida, mesmo à distância.

Produção da fumaça branca

A fumaça branca, que anuncia ao mundo a escolha de um novo Papa, é obtida por meio da queima de outros compostos químicos, como:

  • Lactose

  • Clorato de potássio

  • Pineno (um composto encontrado em resinas de pinheiro)

Essa mistura é cuidadosamente balanceada para gerar uma fumaça clara e abundante, símbolo de alegria e anúncio positivo para os católicos.

Controle e precisão

Todo o processo é conduzido por técnicos especializados e supervisionado por membros da Guarda Suíça e da equipe litúrgica do Vaticano. O objetivo é evitar qualquer ambiguidade, como ocorreu em Conclaves passados, em que a fumaça saía cinzenta ou de cor indefinida.

Além disso, desde 2005, a fumaça vem acompanhada dos sinos da Basílica de São Pedro tocando em júbilo, o que confirma de forma audível que o novo Papa foi eleito — reforçando a clareza da comunicação.

O ritual da fumaça, embora simples à primeira vista, é um exemplo notável de como a fé e a ciência se unem para manter viva uma das tradições mais simbólicas do mundo católico.

Com a ajuda da tecnologia, o Conclave continua transmitindo sua mensagem com clareza ao mundo inteiro — uma mensagem que, quando branca, simboliza a renovação da liderança espiritual da Igreja e a continuidade de sua missão.

 
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