Violência doméstica cresce na região oeste do Paraná e dispara pedidos de medidas protetivas
14/08/2025 Região Oeste
Operação Mulher Segura e campanha Agosto Lilás reforçam combate e conscientização, enquanto mais vítimas buscam ajuda

A violência doméstica segue como um grave desafio na região oeste do Paraná, registrando aumento significativo tanto nos casos quanto nos pedidos de medidas protetivas de urgência.

Dados recentes da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR) mostram que o crescimento é reflexo não apenas da intensificação das investigações e da repressão qualificada, mas também de uma maior conscientização e coragem das vítimas para buscar ajuda.

Em 2024, foram contabilizados 312 casos de violência doméstica apenas na região oeste, número superior ao registrado em anos anteriores. O período de janeiro a junho de 2025 registrou 179 casos de feminicídio consumado e tentado no estado, com 80% desses crimes sendo cometidos por ex-companheiros.

Segundo a Sesp-PR, a população tem demonstrado mais confiança nos canais de denúncia, como o Ligue 180, resultando em mais registros e, consequentemente, mais investigações e encaminhamentos.

Ações de combate e prevenção

Para enfrentar o problema, o governo estadual tem reforçado iniciativas como a Operação Mulher Segura, que atua nos 399 municípios paranaenses com foco na redução da violência contra a mulher e no combate ao feminicídio.

A operação inclui aumento do policiamento, palestras comunitárias, oficinas de defesa pessoal, treinamentos de primeiros socorros e rodas de conversa para ampliar o conhecimento sobre a temática.

Outra frente de atuação é a campanha Agosto Lilás, instituída pela Lei Estadual 19.972/2019, que visa conscientizar e mobilizar a população para o combate à violência doméstica. Durante o mês, são realizadas ações educativas e de mobilização social em toda a região.

Importância da denúncia e acolhimento

Especialistas e autoridades reforçam que denunciar é o primeiro passo para interromper o ciclo da violência. Além do Ligue 180, as vítimas podem procurar diretamente as Delegacias da Mulher, a Polícia Militar (190) ou as Defensorias Públicas, que prestam assistência jurídica gratuita.

O aumento na procura por ajuda evidencia a necessidade de atendimento humanizado e eficiente, que transmita segurança às vítimas e facilite o acesso às medidas protetivas.

Rede de apoio e canais de atendimento

  • Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher, com informações, orientação e encaminhamento de denúncias.

  • Delegacias da Mulher – Atendimento especializado e acolhimento humanizado.

  • Polícia Militar – Emergência: 190.

  • Defensorias Públicas – Apoio jurídico gratuito para vítimas.

A violência doméstica, segundo especialistas, é um problema multifacetado que demanda ações contínuas e integradas. Para que haja mudança efetiva, é necessário o envolvimento conjunto da sociedade, das instituições e dos órgãos públicos, garantindo proteção, justiça e dignidade às mulheres e famílias da região.

Cláudio Albano / Redação Guia São Miguel.
Foto ilustrativa: Pixabay

 
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