A fibromialgia é uma síndrome de dor crônica generalizada que afeta milhões de brasileiros e, apesar de não aparecer em exames laboratoriais ou de imagem, provoca limitações reais e profundas na vida dos pacientes.
Estima-se que entre 2% e 3% da população do país conviva com a doença — aproximadamente 6 milhões de pessoas — sendo a maioria mulheres, especialmente na faixa etária entre 30 e 50 anos.
Caracterizada por dor persistente em todo o corpo, a fibromialgia costuma vir acompanhada de fadiga intensa, distúrbios do sono, rigidez muscular ao acordar, alterações de humor, ansiedade, depressão e dificuldades cognitivas, conhecidas como “névoa mental”. Esses sintomas comprometem o desempenho profissional, social e familiar, tornando a síndrome potencialmente incapacitante.
O que é a fibromialgia
A principal característica da fibromialgia é a dor crônica difusa, que se mantém por meses ou até anos, atingindo múltiplos pontos do corpo. Diferentemente de outras doenças reumatológicas, não há inflamações ou lesões detectáveis em exames, o que dificulta o diagnóstico e, muitas vezes, gera descrença e preconceito. Ainda assim, a condição é reconhecida pela medicina como uma alteração na forma como o sistema nervoso processa os estímulos dolorosos.
Além da dor, os pacientes relatam sono não reparador — mesmo dormindo por várias horas, acordam cansados —, queda de memória, dificuldade de concentração e grande desgaste emocional.
Impacto social e reconhecimento legal
Nos últimos anos, a fibromialgia tem recebido maior atenção das autoridades de saúde e do poder público. Um marco importante é a Lei nº 15.176/2025, que equipara a fibromialgia à condição de deficiência a partir de 2026. Com isso, os pacientes poderão ter acesso a direitos como cotas em concursos públicos, isenção de IPI para aquisição de veículos adaptados e benefícios previdenciários, como o auxílio-doença, sempre mediante avaliação individual.
Esse reconhecimento representa um avanço significativo, pois legitima a condição dos pacientes e amplia o acesso a políticas públicas de inclusão e proteção social.
Tratamento e qualidade de vida
Embora a fibromialgia não tenha cura, o tratamento adequado permite controlar os sintomas e melhorar significativamente a qualidade de vida. O manejo deve ser multidisciplinar, envolvendo médicos — especialmente reumatologistas —, psicólogos, fisioterapeutas e outros profissionais da saúde.
Entre as principais abordagens estão o uso de medicamentos para controle da dor e do sono, terapias como fisioterapia, acupuntura e psicoterapia, além da prática regular de atividade física leve, como caminhadas, alongamentos e ioga. Mudanças no estilo de vida e uma alimentação equilibrada, rica em alimentos frescos e antioxidantes, também contribuem para o bem-estar do paciente.
Mais informação, menos preconceito
Dar visibilidade à fibromialgia é essencial para combater a incompreensão em torno dessa “doença invisível”. O reconhecimento legal, aliado à informação correta, favorece o diagnóstico precoce, o acesso ao tratamento adequado e o respeito aos direitos de quem convive diariamente com a dor. Mais do que uma condição médica, a fibromialgia é um desafio social que exige empatia, apoio e políticas públicas eficazes.
Redação Guia São Miguel
Foto: Pixapay
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