Justiça determina inspeção na Penitenciária Estadual de Cascavel após denúncias de irregularidades
20/02/2018 Cascavel
Denúncias foram feitas pelo sindicato dos agentes penitenciários; segundo determinação, PEC pode ser interditada caso não sejam tomadas providências

Justiça determinou que sejam feitas inspeções na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC), na região oeste do Paraná. De acordo com a decisão, assinada pela juíza Claudia Spinassi, da Vara de Corregedoria dos Presídios de Cascavel, o local pode ser interditado caso não sejam tomadas providências.

As denúncias, segundo a Justiça, foram feitas pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen), e apontam irregularidades nas obras de reconstrução da PEC.

No despacho, a juíza determina que o Corpo de Bombeiros e a Vigilância Sanitária realizem inspeções na penitenciária, e que a direção da PEC apresente "quais medidas estão sendo adotadas e quais serão adotadas para regularizar as pendencias".

Ao Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), a Justiça determina que tome providências para "evitar que o estabelecimento penal seja interditado pela vigilância sanitária e pelo corpo de bombeiros, por descumprimento das regras que o próprio Estado criou".

O despacho da juíza dá o prazo de 10 dias para que os órgãos intimados cumpram as determinações, a partir da data em que forem notificados.

Vistorias
O Corpo de Bombeiros afirmou que fez vistorias na PEC no dia 11 de dezembro de 2017 e que o local não apresentou os itens de segurança obrigatórios das normas de itens de segurança e documentação da brigada de incêndio.

Pelo sistema do Corpo de Bombeiros a penitenciária não tem a certificação necessária para funcionár há pelo menos três anos.

A Vigilância Sanitária informou que, na última vistoria realizada, a PEC apresentava condições de higiene e saúde precárias.

Rebelião com morte na PEC
Em novembro de 2017, um preso foi morto, três agentes penitenciários e 28 presos ficaram feridos em uma rebelião que durou 43 horas.

Quatro dias após o fim do motim, ao menos seis presos fugiram do local. Segundo o Depen, os homens fugiram por um túnel cavado durante a rebelião.

Estragos
Após a rebelião, imagens aéreas mostraram os estragos causados no prédio. Houve danos estruturais na penitenciária e dois túneis foram encontrados, de acordo com o departamento.

O Depen alegou que ainda não foi notificado oficialmente sobre a decisão. Segundo o departamento, todos os presos já retornaram às celas, após os trabalhos de recuperação do prédio, e toda a assistência e serviços estão normalizados.

A Paraná Edificações, responsável pelas obras de reconstrução da PEC, disse que vistoriou o imóvel e constatou que é necessário fazer um laudo técnico minucioso para diagnosticar a situação atual, depois das rebeliões que geraram depredação nas instalações do prédio.

A entidade disse ainda que pretende tomar as providências, de acordo com o que determinar formalmente a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp).

Fonte: G1

 
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