Com a ocorrência incontrolável e cada vez mais intensa das cigarrinhas, os prejuízos causados pelo enfezamento do milho no Paraná já são de grande monta. Carlos Konig, gerente técnico da Cooperativa C Vale de Palotina PR, diz que, caso a infestação da cigarrinha do milho - principal vetor da bactéria Molicute, causadora do enfezamento - continue a crescer exponencialmente nesta safra, será inevitável que os órgãos sanitários tomem a decisão drástica de determinar o vazio sanitário para o próximo plantio, com o Estado ficando de 2 a 3 meses sem plantas de milho.
Em entrevista ao repórter Frederico Olivi (do Programa Tempo e Dinheiro), o gerente da CVale adverte:
"Nosso corpo técnico está registrando a propagação intensa dessa praga desde 2016. Neste ano a infestação tem sido muito rápida, e, na tentativa de frear a disseminação das cigarrinhas, muitos agricultores tem lançado mão de até 10 aplicações de inseticidas".
O cultivo do milho tem importância fundamental para os cooperados que verticalizam sua produção com a integração de granjas de suínos, aves ou até mesmo da piscicultura.
"O enfezamento está resultando em baixa produtividade e menor produção, os estoques estão pressionados, acarretando em aumento no preço do grão; No meio, está o agricultor que necessita do cereal para abastecer os cochos das criatórios", diz Carlos Konig.
A Cooperativa C Vale está distribuindo uma cartilha entre os associados, orientando a realizarem práticas corretas de manejo para combater as cigarrinhas do milho. A principal recomendação é a eliminação total do milho "tiguera" das áreas de cultivo.
"O vazio sanitário tenderá a ser uma alternativa drástica para o enfrentamento das cigarrinhas, e isso vai prejudicar ainda mais o produtor, principalmente o de leite -- por causa da produção de silagem -- e o produtor de milho verde".
"Nesse sentido faço um apelo aos produtores de milho para terem o máximo de atenção na eliminação total do milho "tiguera", para não criarem uma ponte verde para essa praga. Senão as consequencias serão desastrosas", adverte Carlos Konig.
(Mais informações os produtores podem e devem obter com suas cooperativas e entidades de extensão rural).
Notícias Agrícolas/Reuters
