Com os filhos crescidos, Jadilês Sartor Bertoldo estende o cuidado de mãe aos animais que cria no sítio. A agricultora, de 54 anos, sempre morou no campo e não troca essa vida por nada.
"Desde criança a gente morou no sítio, trabalhou com os pais na roça, e depois que casei também vim morar no sítio. O sítio é tudo de bom. Hoje em dia nós temos todas as vantagens, temos luz elétrica, carro na garagem, internet, é possível se conectar e estudar. Não vejo motivo para morar na cidade", analisou a agricultora.
Uma mulher persistente e que sustentou os filhos Tânia, Tatiane e o Henrique com recursos vindos do campo.
A propriedade da família tem cinco hectares e fica em Matelândia, no oeste do estado. Neste espaço, ela e o marido começaram a vida e até hoje criam frango, peixe e gado de leite. Trabalho nunca faltou, mas também não faltou nenhum um pouquinho de atenção na criação os filhos.
Hoje, na tranquilidade de casa, ela relembra velhos tempos.
"Eu carregava os meus filhos juntos. Quando ia tirar o leite, ia para estrebaria, levava os três juntos, ensinava trabalhar, tratar a criação, aprenderam a trabalhar comigo no sítio. A vantagem é que aqui eles têm mais liberdade e a gente consegue fazer com que eles aprendam o custo das coisas", contou Jadilês Sartor Bertoldo.
Na divisão das tarefas na propriedade, o Henrique, que é o filho mais novo, é responsável por cuidar da produção de leite. São 30 vacas que devem ser ordenhadas duas vezes por dia.
Apesar de todos os afazeres diários, dona Jadilês sempre dá uma passada para dar uma mãozinha e também para ver se está tudo em ordem, afinal a produção de leite foi a primeira atividade da família no sítio.
"Quando trabalhava com meus pais tínhamos vacas. Isso era um costume, era preciso fazer alguma coisa para ter um rendimento. Como não tenho estudo, cuidei sempre de uma horta, das vacas, do chiqueiro com uns porquinhos", disse a agricultora.
A coragem de mulher convenceu o marido a criar frangos. Mesmo com pouco estudo, ela mesma foi atrás de um jeito pra construir o aviário de corte.
"Lutei muito para conseguir um financiamento e como o dinheiro não era suficiente, a gente construiu tudo manual. Sempre dei meu sangue trabalhando, mesmo com os filhos pequenos e quando fiquei grávida. Pegava os filhos pela mãe e ia lá tratar os frangos. Graças a Deus consegui, paguei esse aviário, as vacas foram aumentando, compramos ordenhadeira, aumentamos o estábulo, foi aumentando dessa forma", destaca a agricultora Jadilês Sartor Bertoldo.
G1 PR
Foto: Reprodução/RPC
