Crises assustam e incomodam, tirando-nos da nossa zona de conforto. Com isso, em muitas ocasiões, fazemos de tudo para evitar os conflitos e assim, não precisarmos encarar mais uma crise. Como consequência tornamo-nos alvo de fácil manipulação por aqueles que as provocam. Eles criam as crises e administram de acordo com os seus interesses, sabendo que não suportamos pressões.
O primeiro passo para vivenciarmos este princípio é lidar com as crises com tranquilidade e equilíbrio, não permitindo que elas nos afetem de tal forma que nos fragilizem. Devemos aprender a encarar as crises, sem fugas, sem dramatizações e sem desespero. Essas atitudes consistem no primeiro passo para administrá-las de forma positiva, visando as mudanças que tanto almejamos.
Quando me vejo diante de uma crise, consigo encará-la com determinação e coragem ou meu desejo é fugir dela, reclamando, negando ou diminuindo o tamanho do problema? O que preciso trabalhar em mim para lidar com as situações de crises com tranquilidade, equilíbrio e sabedoria, mesmo diante do caos?
Comumente sofremos as consequências das crises que o outro provoca. Ele gera as crises e nós abraçamos as consequências das crises por ele provocadas. É inegável que o uso das drogas ou o abuso do álcool resulta em prazer, mas também é sabido que esse hábito gera prejuízos. É comum familiares tentarem amortecer os prejuízos resultantes do uso do outro. Com isso, ele continua buscando os prazeres pelo uso, enquanto que a família arca com as consequências. É hora de devolver para ele as crises resultantes das atitudes dele. Se fizer dívidas, que ele enfrente essa crise; se fez bobagens, que assuma as consequências das besteiras que produziu.
Como as crises provocadas pelo outro têm me afetado? Como devo agir para evitar um sofrimento profundo diante de situações de crises causadas pelo outro? Tomar uma atitude gera uma crise que precisa ser administrada, senão amassamos barro e não saímos do lugar. De qual apoio preciso para não recuar diante da primeira dificuldade e permitir que o outro perceba os prejuízos resultados dos seus atos?
Crise parece-nos uma palavra que sempre está na moda. Crises financeiras, crises na saúde, crises institucionais, crises políticas, crises familiares, crises no trabalho, etc. Por mais que as crises possam incomodar, são elas que impulsionam grandes mudanças. O ideograma chinês, para a palavra crise, possui dois significados: risco e oportunidade, porém, costumamos concentrar tanta preocupação com os riscos, que nos esquecemos de enxergar as oportunidades de mudanças positivas. Diante das crises, não devemos abaixar a cabeça e desanimar, mas sair do nosso quadrado, usar a criatividade e buscar soluções capazes de melhorar nosso entorno. Portanto, bendita são as crises, pois sem elas facilmente viveríamos em estado de acomodação.
Em sociedade, como tenho atuado: culpando as crises pelos problemas ou buscando soluções? Diante de um copo de água pela metade, o que vejo: meio vazio ou meio cheio?
Cooperar e voluntariar são comportamentos a serem adotados sem qualquer interesse em benefício próprio. É um ato de doação. Mas para trabalharmos em nosso lar o caráter cooperativo, devemos compreender que ele é uma via de mão dupla: dar e receber. Cooperar é fazer juntos em benefício de todos e quando envolvemos o grupo familiar na mesma missão, favorecemos a construção dos vínculos afetivos, fundamentais para a valorização e o equilíbrio das relações familiares.
Quando penso em doação, faço-a sem interesses próprios? Quais atitudes devo adotar para exercer o meu voluntariado com satisfação e alegria em servir? Como devo agir para fazer da cooperação, no grupo familiar, uma via de mão dupla, doando e recebendo? Esse doar e receber estão em equilíbrio? Se não, o que falta para ajustar?