A Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) emitiu nota oficial nesta semana demonstrando profunda preocupação com o aumento de 50% nos impostos anunciado pelo governo dos Estados Unidos sobre as exportações brasileiras de pescados.
Segundo a entidade, o mercado norte-americano representa hoje 70% das exportações brasileiras do setor, movimentando mais de US$ 240 milhões anuais e envolvendo milhares de empregos diretos e indiretos — desde a indústria de processamento até pescadores artesanais e produtores da aquicultura familiar.
A Abipesca alertou que a medida terá impacto significativo e imediato nas atividades industriais voltadas à produção de pescados e destacou que o setor, diferentemente de outras proteínas, enfrenta restrições mercadológicas que já são discutidas constantemente nos fóruns internacionais.
Diante da situação, a associação defende que o governo brasileiro priorize a abertura do mercado europeu como uma alternativa estratégica à atual dependência do mercado dos EUA.
A entidade também cobra agilidade nas tratativas comerciais e pede que o país adote uma postura diplomática e cautelosa, evitando medidas retaliatórias que possam intensificar a crise.
A associação reiterou seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do setor de pescados e ressaltou a necessidade de manter a estabilidade econômica e a preservação dos empregos envolvidos na cadeia produtiva.
A nota termina com um apelo para que o governo brasileiro negocie soluções econômicas viáveis, preservando o papel estratégico do setor no cenário nacional e internacional.
Veja a nota na íntegra abaixo:
A Associação Brasileira da Indústria de Pescados (Abipesca) vem por meio desta expressar sua profunda preocupação com o anúncio do aumento de 50% nos impostos pelo governo americano sobre as exportações brasileiras.
Essa medida terá um impacto significativo, especialmente no setor de pescados do Brasil, afetando diretamente as atividades industriais de produtos aquícolas e ocasionando perdas significativas para o setor que, diferente de outras proteínas, possui restrições mercadológicas contra quais a Abipesca vem discutindo diuturnamente nos fóruns específicos.
Atualmente o mercado norte-americano representa 70% das exportações brasileiras de pescados e mais de US$ 240 milhões de dólares, envolvendo milhares de empregos diretos e indiretos, inclusive afetando pescadores artesanais e a aquicultura familiar.
Sobre o tema, a Abipesca destaca a importância de o governo brasileiro priorizar a abertura do Mercado Europeu como alternativa às exportações de pescados. A morosidade dessa tratativa, em momentos como este, demonstra a importância de reduzir a dependência de mercados específicos para o pescado brasileiro.
Solicitamos que o governo brasileiro adote uma abordagem cautelosa e diplomática para resolver essa questão, evitando confrontos ou medidas retaliatórias que possam agravar a situação.
A Abipesca reafirma seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do setor de pescados e espera que as autoridades competentes tomem medidas eficazes para proteger os interesses dos produtores e exportadores brasileiros. Considerando a importância do mercado americano para o setor, é fundamental priorizar a negociação e buscar soluções econômicas que beneficiem o Brasil, garantindo a preservação de milhares de empregos e a manutenção da estabilidade econômica do setor.
Atenciosamente,
EDUARDO LOBO
Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados
Redação Guia São Miguel
Foto de capa: ilustrativa