A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê a redução da jornada semanal de trabalho de seis para quatro dias úteis voltou a colocar em pauta discussões sobre qualidade de vida, produtividade e viabilidade econômica no Brasil.
Defendida pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e apoiada pelo movimento Vida Além do Trabalho (VAT), a medida busca ampliar o tempo livre e de descanso dos trabalhadores, mas enfrenta resistência de parte do setor produtivo.
A empresária Geovana Cavalcante Bandeira, proprietária da marca Geo Sousa Moda, em Maceió (AL), alerta que a mudança deve ser analisada com cautela. Segundo ela, setores como o da moda, que dependem de prazos rigorosos e cadeias produtivas extensas, poderiam ser impactados negativamente, com custos adicionais e redução da competitividade.
O economista Sillas Souza, pesquisador da Unicamp, lembra que a produtividade brasileira é baixa e que experiências positivas em outros países dificilmente teriam o mesmo efeito por aqui. Ele também ressalta que quase 40% dos trabalhadores estão na informalidade, grupo que não seria beneficiado pela alteração.
Entidades como a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) defendem que mudanças estruturais dessa magnitude precisam ser acompanhadas de políticas de incentivo e diálogo com o setor produtivo, evitando impactos na geração de empregos e na competitividade.
Enquanto o Congresso Nacional analisa a PEC, empresários, economistas e organizações concordam que qualquer alteração na carga horária precisa ir além da simples redução de dias trabalhados, contemplando medidas que fortaleçam a produtividade, modernizem processos e preservem o equilíbrio econômico do país.
Redação Guia São Miguel com Brasil 61